sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sexta feira 13

Todo o dia quanto acordo eu agradeço a Deus por um novo dia. Agradeço por estar vivo, por ter mais uma oportunidade de fazer a diferença. Hoje o clima esta quente. Um dos dias mais quentes do ano. Adoro sair na rua ver muitas pessoas. O barulho das buzinas, as cores, os cheiros, os sabores, as dores e os amores. O mundo realmente é muito grande. Estou vivendo um momento único na historia da humanidade. Avanços tecnológicos nos cercam. Estão incorporados em todos os seguimentos da nossa rotina. Enormes transformações econômicas, sociais, religiosas se manifestam por todos os cantos. A natureza reclama seu direito. O apocalipse nunca pareceu tão perto. Mesmo assim uma beleza paira no ar. Há uma ordem no caos. O maior centro comercial de São Paulo é uma enorme selva de pedra e possui sua magia. O fim do ano se aproxima, como já é de costume as luzes natalinas já estão espalhadas. São 19:17 hs eu já estou atrasado para meu terceiro turno de trabalho. Fui!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A fábula do velho sábio

Era uma vez um guerreiro, famoso por sua invencibilidade na guerra. Era um homem extremamente cruel e, por isso, temido por todos. Quando ele se aproximava de uma aldeia, os moradores saiam correndo para as montanhas, onde se escondiam do malvado guerreiro. Subjugou muitas aldeias.

Certo dia, alguém viu ele se aproximar com seu exército de uma pequena aldeia, onde viviam alguns agricultores e entre eles um velhinho, muito sábio. Quando o pessoal escutou a terrível notícia da aproximação do guerreiro, tratou de juntar o que podia e fugir rapidamente para as montanhas. Só o velhinho ficou para trás. Ele já não podia fugir. O guerreiro entrou na aldeia e foi cruel, incendiando as casas e matando alguns animais soltos pelas ruas. Até que chegou na casa do velhinho. O velhinho, quando o viu se assustou. E sem piedade, foi dizendo ao velhinho que seus dias haviam chegado ao fim. Mas, que lhe concederia um último desejo, antes de passá-lo pelo fio de sua espada. O velhinho pensou um pouco e pediu que o guerreiro fosse com ele até o bosque e ali lhe cortasse um galho de uma árvore. O guerreiro achou aquilo uma besteira. -"Esse velho deve estar gagá. Que último desejo mais besta." Mas, se esse era o último desejo do velhinho, havia que atendê-lo. E lá foi o guerreiro até o bosque e com um golpe de sua espada, cortou um galho de uma árvore.-" Muito bem" disse o velhinho. -"O senhor cortou o galho da árvore. Agora, por favor, coloque esse galho na árvore outra vez." O guerreiro deu uma grande gargalhada, dizendo que esse velho deve estar louco, pois todo mundo sabe que isso já não é mais possível, colocar o galho cortado na árvore outra vez". O velhinho então lhe respondeu:

- "Louco é você que pensa que tem poder só porque destrói as coisas e mata as pessoas que encontra pela frente. Quem só sabe destruir e matar, esse não tem poder. Poder tem aquela pessoa que sabe juntar, que sabe unir o que foi separado, que faz reviver o que parece morto. Essa pessoa tem verdadeiro poder".

A ilusão do aplauso

Feed: Genizah
Posted on: sexta-feira, 6 de novembro de 2009 12:13
Author: Alan Brizotti
Subject: A ilusão do aplauso

Alan Brizotti

"O que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou, o que dará o homem em troca da sua alma?" (Mt. 16.26)

No Talmude, há uma lição de profundidade impressionante: "O homem nasce com as mãos fechadas; morre de mãos abertas. Ao entrar na vida, ele deseja agarrar todas as coisas; ao deixar o mundo, tudo quanto possuía se foi". A luta pela vida tem passagem certa pelo campo minado da ambição. A sociedade do espetáculo está sempre armada para abater aqueles que não trilham os luminosos caminhos da mídia. O professor Gabriel Perissé diz que estamos na "Idade Mídia".

A valorização dos holofotes tem criado uma sociedade de adoradores do espelho, uma legião de fantoches da propaganda que, em nome do sucesso, violentam a própria natureza do ser para priorizarem o não-­ser, a tirania do ter, o reinado dos desejos. Sucesso, do ponto de vista da Bíblia, é a vida oferecida e vivida plenamente para Deus.

Em Eclesiastes 9.13­-15, a Bíblia mostra uma importante lição de vida: "Também vi este exemplo de sabedoria debaixo do sol, que me pareceu grande: Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens, e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes tranqueiras. Ora, vivia nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria. Mas ninguém se lembrou mais daquele pobre homem". Esse relato incrível não se encaixa bem na mentalidade nababesca da pós­ modernidade. Como pode um homem salvar uma cidade de uma devastação militar e não receber títulos, honras, aplausos, adoração? Até no evangelicalismo narcisista de hoje esse exemplo é visto com certa ressalva.

O elogio da Bíblia é o maior prêmio: "...exemplo de sabedoria...que me pareceu grande". A grandeza aqui não está na realização, mas no testemunho histórico, na conduta antes da conquista ("um sábio pobre"). A ilusão do aplauso e a sedução do reconhecimento podem nos levar à neurose da exaltação, à síndrome de Nabucodonosor (Dn. 4.29­-31), ao sentimento de que a nossa verdadeira missão se resume à mesquinhez do "agarrar todas as coisas".

Que possamos orar como o Arcebispo François Fenelon: "Senhor, não sei o que eu deva pedir a Ti. Só Tu sabes do que eu preciso. Tu me conheces melhor do que eu conheço a mim mesmo. Oh, Pai, dá ao teu filho o que ele mesmo não sabe pedir. Ensina­me a orar. Ora Tu em mim".

Que assim seja!

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Alan Brizotti é colaborador do Genizah e permanece lutando para manter-se no princípio de Jó.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

ENC: Flyer do evento Hip-Hop Show!!!


Segue flyer do evento Hip-Hop Show!!!

Acesse o site www.pantinhagem.com

Não percam transmissão ao vivo!!!


Encarando o medo!

Feed: Genizah
Data de Postagem: quinta-feira, 29 de outubro de 2009 16:08
Autor: Danilo Fernandes
Assunto: Encarando o medo!


Alan Brizotti
"O medo é um gigante que se nutre da carência". (Emilio Mira y López)

Alguém rabiscou num muro: "Viva sem medo de ser feliz". Por que alguém teria medo da felicidade? Na verdade, o que a frase evoca não é a felicidade – ela é o fim a alcançar – mas o caminho, a construção, a via até ela. Poucos sentimentos são tão avassaladores quanto esse fantasma chamado medo. Ele vampiriza sonhos, é capaz de infectar com a suspeita os mais belos projetos existenciais. Decreta o fim das tentativas.

Há gente que nem consegue mais viver. O medo da vida ficou tão monstruoso que fez da casa, um cárcere. Gente isolada de todos, vivendo uma existência dolorosa, uma desrealização humana. Gente que se contenta em ver a vida através do cinza dos vidros. Das janelas fechadas, do carro blindado, da fuga pela televisão, onde a vida não sai da tela, não tem expressão real. Gente com medo de ser.

Não se iluda. Não é fácil encarar o medo. Se você grita, ele grita de volta. Produz ecos de um caos que nos habita. O medo conhece como ninguém os meandros de nossa intimidade fragilizada. Mas, há uma chance. Não é fácil, mas é perfeitamente possível! Encarar o medo implica em subjugá-lo. Espancá-lo. Domesticá-lo. Você não vai destruí-lo completamente, não, ele é indestrutível, mas, saiba, você pode domá-lo. É possível mantê-lo amordaçado.

Quando temos coragem de afirmar: "Eu tenho medo", ele começa a ceder. Ele é "o gigante que se nutre da carência", portanto, a consciência de sua utilidade (como mecanismo de defesa, é muito bem-vindo), é capaz de derrubar seus castelos de poder, acabar com o reinado de seu orgulho. O medo tem medo de não assustar!

Proponho uma troca: trocar os arrepios, a face paralisada, as mãos trêmulas, a voz vacilante, a sensação de desmaio por uma determinação em vencer, uma consciência de poder, uma certeza: tenho medo, mas ele não tem a mim! Quando essa troca acontecer, seremos dignos de viver como heróis da disposição, da coragem, da garra, da destreza, da competência, da vida. Heróis de uma humanidade que ousa.

Antes das águias aprenderem a voar, são empurradas de seus ninhos. Como os ninhos ficam em montanhas muito altas, o prazer de experimentar o poder das asas só vem com o medo da queda. Quer voar? Assuma o medo da queda. Tenha a consciência de que lá embaixo estará o duro chão. Mas, quando pousar, sentirá o indescritível prazer de zombar do medo que não te deixava usufruir do poder de suas asas magníficas.

Não posso te dizer para não ter medo, mas posso dizer: "Não deixe o medo te dominar". Não se isole da vida, não faça de sua casa uma masmorra, de seu carro um casulo que impede a entrada do amor, não se destrua numa caverna psicológica onde, supostamente, o medo não te alcance. Não perca o prazer de voar só porque o chão existe. "Viva sem medo de ser feliz". Acredite, o medo não possui o dom da eternidade. Ele também é perecível, também tem data de validade.

Alguém escreveu num muro em Osasco, São Paulo: "Descubra quem você é, e seja de propósito!"


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Alan Brizotti anda tocando o maior terror aqui no Genizah

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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Estados Alterados da Percepção hipocrisia cultural

Por Carla Pereira da Fonte – Rio de Janeiro

 

Você já esteve em uma festa regada a vinho em fartura? Já observou, ou pode imaginar, o estado em que ficam os convidados no final dessa festa? Passou alguma vez pela sua cabeça chegar a essa festa nesse momento trazendo mais vinho, de melhor qualidade e em abundância? Pois foi exatamente o que fez Jesus, o Cristo.

Penso que se Jesus estivesse seguindo ao Papa ao invés de seguir ao Deus único (ou seguindo a qualquer líder de qualquer instituição pública ou privada, religiosa ou não do mundo moderno) teria transformado não água em vinho, mas sim o pouco de vinho que ainda restava na água mais pura e benta jamais vista, capaz de restabelecer a saúde dos presentes, trazendo de volta a sanidade e compostura necessária diante da autoridade que estava ali para representar. Mas não foi isso que ele fez, não que não o pudesse fazer, o fato é que não o fez e não sou eu que vou questionar a moralidade divina, nem me achar mais santa que o Santo.

(Se a festa fosse mais ao oriente, longe de Baco, talvez Jesus tivesse distribuído papoulas...)

O que verifico é que faz parte da natureza humana buscar alterar a própria percepção sensorial em busca de experimentar a si mesmo, nossa cultura se constrói sobre esse estado alterado, cultuamos inúmeros ídolos que construíram sua personalidade lançando mão desse recurso, consumimos diariamente e intensamente o resultado alcançado por mentes e espíritos alterados: Shakespeare, John Lennon, Oswaldo Cruz, Vinícius de Moraes, Cazuza, Noel Rosa entre tantos (até Regina Duarte recorreu a tratamento para recuperação de entorpecentes, justamente a namoradinha do Brasil...).

Nossa sociedade é leviana e hipócrita quando lança na ilegalidade a natureza humana. A proibição não só do uso, mas também da reflexão clara e franca sobre o tema é mais letal que os estragos causados em nossa moralidade pela imagem feia e torcida de bêbados e drogados que seguem abandonados pelos cantos ermos de casas e ruas com os quais temos convivido de forma oprimidamente cínica em tempos modernos.

Se combatêssemos nossa hipocrisia com a mesma intensidade com que combatemos a produção e venda de entorpecentes continuaríamos convivendo com os estados alterados da percepção inerente a vida em sociedade desde relatos remotos (foi encontrado THC ativo em múmias milenares...!) porém, de forma consciente, saudável e porque não dizer, humana.

Sob o efeito da repressão e da opressão a que estamos submetidos diariamente por moralidades falsas institucionalizadas, até mesmo o vigor de nossas mãos saudáveis tornam-se armas e se voltam mordazes contra nós. Nosso próprio organismo produz a química que altera nossa consciência e devolvemos a violência até mesmo contra nossas crianças amadas, lançadas pela janela e trancafiadas em porões como vimos assistindo diariamente, confortavelmente, nos tablóides diários que nos entorpecem o espírito, involuntariamente.

Entorpecidos pelo consumismo de pequenos e grandes poderes, prazeres irrestritos, financiamos milícias oficiais que nos matam enquanto protegem nossa mediocridade; entorpecidos pelo medo nos confinamos calados em confortáveis caixas gradeadas com bom gosto; entorpecidos pela superioridade cultural racionalista marchamos sobre os que nos são diferentes no tempo e no espaço (transmitido em tempo real e em rede nacional, civilizadamente simbolizados e preservados pelo patrimônio histórico cultural).

Mas quando a violência que acontece entre nossos iguais envolve um princípio ativo deliberado, nossa moralidade santa grita e a ordem segue dando choque enquanto brindamos a isso, empapuçados!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Início

Começa hoje uma nova jornada em minha vida, uma reviravolta total. Não posso aceitar que as coisas continuem no mesmo lugar. A guerra tão esperada já começou. O velho ainda vivo agoniza enquanto o novo o destrincha por completo. Muitas coisas passam pela minha cabeça tenho vontade de falar, cantar, sorrir, chorar só não posso ficar olhando o tempo passar. Onde chegarei só o tempo pode dizer.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Amando coisas, usando pessoas

Feed: Genizah
Data de Postagem: quinta-feira, 22 de outubro de 2009 19:00
Autor: Hermes C. Fernandes
Assunto: Amando coisas, usando pessoas

Hermes Fernandes

Há uma frase encontrada em muitos adesivos de carro que diz: "Não tenho tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho". Pode parecer um algo inocente, e até coerente, mas no fundo expressa um dos maiores mal-entendidos da história humana. Trata-se da coisificação do amor.

As coisas estão aí para serem usadas, e não amadas. Enquanto que as pessoas deveriam ser amadas, em vez de usadas. Portanto, há aí uma inversão de valores. Esse tipo de amor é completamente antagônico ao tipo de amor apresentado nas Escrituras. Não devemos investir afeição demasiada naquilo que possuímos, posto que tudo isso é passageiro. Somente o amor às pessoas é maior do que a morte, sobrevivendo a ela.[1]

Pelo fato da alma humana ser eterna, seu amor deve ser devotado a algo igualmente eterno. Razão pela qual o apóstolo João nos alerta: "Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele (...) Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre".[2]

Em vez de amar as coisas deste mundo, devemos e podemos usá-las, sem jamais abusar delas,"pois a aparência deste mundo passa".[3]

Não devemos usar pessoas para alcançar as coisas que amamos. Devemos, sim, usar as coisas para beneficiar as pessoas que amamos. Como disse John Piper, "dedicar sua vida a confortos e prazeres materiais é como jogar dinheiro pelo ralo. Investir a vida no esforço do amor rende dividendos de amor insuperáveis e intermináveis". E mais: "Há mais felicidade em amar do que em viver no luxo!"[4] E ele arremata: "Os prazeres mais profundos e satisfatórios que Deus nos dá pela criação são dádivas gratuitas da natureza e de relacionamentos amorosos com pessoas".[5]

[1] Cantares 8:6

[2] 1 João 2:15,17

[3] 1 Coríntios 7:3

[4] Piper, John, Teologia da Alegria, Sheed Publicações, 2001, p.105

[5] Ibid. p.159

Extraído do livro "Amor Radical", de autoria de Hermes C. Fernandes

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Hermes Fernandes é também culpado do que se faz aqui no Genizah

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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O DIABO E O INFERNO - Colaboradores da "santidade" da igreja de hoje?

Feed: Genizah
Data de Postagem: segunda-feira, 19 de outubro de 2009 16:00
Autor: Danilo Fernandes
Assunto: O DIABO E O INFERNO - Colaboradores da "santidade" da igreja de hoje?

 

MANOEL SILVA FILHO

 

Como pode personagens hediondos e tão indesejados, habitantes dos bastidores sombrios das regiões espirituais do mal, se tornarem coadjuvantes do culto e da santidade da maioria das igrejas da atualidade?

É difícil de acreditar, mas quando duas retas aparentemente paralelas se inclinam levemente em seu vértice, é possível que em um ponto distante elas se tanjam e se toquem inevitavelmente.

Não nos enganemos. A persuasão do Espírito Santo, o constrangimento da graça escandalosa, e a força irresistível do discipulado de Jesus, o cristianismo sem religiosidade, sem igrejismo e sem legalismo, adicionado a proposta de uma vida cristã relevante, marcada pela liberdade consciente são bênçãos garantidas pela Palavra de Deus e levam o cristão a buscar uma vida melhor, de santidade e utilidade no Reino. Esses são temas que normalmente deveriam constar nos sermões pregados nas igrejas de hoje.

Mas infelizmente na prática, não são esses os elementos fundamentais que promovem a busca de uma vida de santidade por parte dos freqüentadores da maioria das igrejas dos nossos tempos.

Pasmem e confirmem. O medo obsessivo do diabo e de suas manifestações, o pavor de suas retaliações, as terríveis ameaças sobre quem revela fraquezas sexuais ou de qualquer tipo, a doutrina dualista de causa e efeito, Deus severo, punições severas, pecou, levou, e o pavor irracional de ir para o inferno são os principais temas mais utilizados em mensagens e sermões intimidadores pregados na igreja e através da TV. Isso nos leva a crer que estamos vivenciando hoje, uma total inversão de valores.

Conversando essa semana com uma pessoa no msn, ela me falou que ao revelar que estava fazendo jejum em solidariedade a uma amiga que estava passando por uma situação muito difícil, a própria amiga a alertou apavorada a não fazer isso: "Não faça isso! Você não pode jejuar, por que se você jejuar, o Diabo vem com tudo e te pega!".

Essa ambiência de medo do inimigo é muito comum nas igrejas de hoje. Nesses ajuntamentos não se fala de outra coisa! O resultado é que em vez do cristão estar na vanguarda, vive entrincheirado na retaguarda. Em vez de estar na linha de frente, está escorado, na última fileira. Na igreja, pisa a cabeça de tudo que é demônio, entretanto, individualmente, quando se vê lá fora, está sempre oprimido e derrotado diante do mínimo confronto.

O salmo 23 e sua teologia sobre batalha espiritual, nos pondo à mesa do banquete na presença do Rei, recebendo óleo perfumado da alegria na cabeça e tendo a taça do vinho da liberdade sempre cheia, estando os inimigos à distância, nos espreitando, mas imobilizados pela palavra do rei, são doutrinas estranhas a esses pregadores terroristas que impingem medo e terror no meio da congregação.

Se fosse proclamado a uma multidão incontável que freqüenta igreja hoje que não existe mais Inferno e o diabo nada mais é que um mito, que tudo isso foi um arrematado equivoco dos teólogos, uma grande e expressiva maioria abandonaria a igreja na hora! Porque as pessoas lotam as igrejas, não por amarem a Jesus como fruto de O conhecerem como amigo de caminhada, não por constrangimento do coração, mas por interesse egoísta em busca de bênçãos, prosperidade financeira, para se livrarem das dívidas, ou por medo de serem presa fácil do inimigo, e conseqüentemente o pavor de ir pro inferno.

Parte disso é culpa dos líderes que não equipam seus membros para terem um relacionamento vital com Jesus, o que mudaria radicalmente a face da história da igreja atual, por que é o amor incondicional, o quebrantamento individual e o poder do ES operando de dentro para fora que gera uma vida de santidade, como resultado da simbiose desse relacionamento. E o respeito à individualidade e as diferenças, os esteios que estabilizam a construção dessa igreja.

Fora isso, é imposição de regras, e isso, diz Paulo, por mais que alguém se esforce, e tente viver um rigor ascético do não pode isso não pode aquilo, não tem valor algum contra a sensualidade, embora tente levar na íntegra, o que Davi falou de desejar morar todos os dias na casa do Senhor! Quanto mais ora como regra, jejue como obrigação, vigie como dever, mais desapontamento e frustração! Esse tipo cristianismo desaba mais cedo ou mais tarde, como frágil castelo de cartas. Por que não vem da espontaneidade do coração e sim da determinação da liderança da igreja.

A poderosa mensagem das Boas Novas do Evangelho é que você pode viver sem essas peias, sem as regras que te fazem um número estatístico, e pular da esteira de soldadinhos de chumbo para viver o Evangelho da liberdade consciente. Aquele que Jesus pregou e viveu. E por isso que essa igreja baseada em regras está fadada à bancarrota, pois está diametralmente longe do ideal do que Jesus planejou sobre Sua igreja.


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Em Manuel DC

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domingo, 18 de outubro de 2009

Qual Jesus você serve?

Feed: Genizah
Data de Postagem: domingo, 18 de outubro de 2009 08:30
Autor: Leonardo Gonçalves
Assunto: Qual Jesus você serve?

 

Por Leonardo Gonçalves


Cada vez fica mais evidente a diferença entre aquilo que Cristo pregou e viveu, e aquilo que os seus discípulos pregam e vivem. Muitos "seguidores" de Cristo parecem ignorar diversos fatos da vida do Mestre, dando a clara impressão de servirem a outro Jesus, que não é o da Bíblia.

Vemos os "discipulos" da atualidade ensinando uma religião hedonista, onde Cristo não é o salvador da alma, e sim o salvador "da pele". O objetivo principal dessa religião não é ser salvo ou agradar a Deus, mas desfrutar de todas as benesses de uma vida religiosa. Promete-se uma vida de abundante felicidade e isenta de enfermidade ou dor, um oceano cor-de-rosa! Não há nele qualquer menção ao sofrimento, afinal, os filhos de Deus não sofrem nunca, e jamais serão pobres: "Nosso Deus é o dono do ouro e da prata" [1], dizem, ignorando completamente que esse ouro é dele, e não nosso. A dissonancia desse Cristo triunfalista é obvia: Jesus nos chamou para servir a ele, e não para servir-se dele. Ele disse: "Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a cada dia a sua cruz, e siga-me"[2]. E no tocante ao seu reino, ele foi bastante sincero ao dizer que o seu "reino não é deste mundo"[3]. Aqueles que pregam um cristianismo hedonista dizem que ninguém jamais saiu triste da presença de Jesus, pois ele sempre correspondeu às expectativas dos seus seguidores. Eles ignoram o caso daquele jovem rico, que ao ter seu coração descoberto e sua avareza desvelada, se afastou de Jesus, e saiu triste [4]. Evangelho não são benesses temporais, mas uma vida atemporal, no céu. Não é satisfação para os nossos prazeres, e sim a mortificação da nossa carne. Aqueles que pensam que Jesus é um grande solucionador de problemas, um Silvio Santos gospel a jogar aviãozinhos de dinheiro para o auditório, estão muito equivocados. Os que assim procedem, definitivamente, não conhecem a Jesus.

Se por um lado há aqueles que pensam que Jesus é um Silvio Santos celestial, por outro há também quem pense que ele é um fariseu enfurecido cheio de raios nas mãos, pronto para dispará-los sobre as cabeças daqueles que tiverem qualquer comportamento não-religioso. O pior é que nesse exacerbado zelo, eles acabam optando por um ascetismo hipócrita, isolando-se das pessoas e vendo o mundo como um inimigo, e não como objeto do amor de Deus [5]. Estes se comportam como separatistas radicais, fazem violência a individualidade humana ao impor uma série de proibições absurdas, como "não toques, não proves, não manuseies" [6], e se esquecem que Jesus não foi um abitolado que se escondia das pessoas por medo de se contaminar: ele comia com os publicanos pecadores, participava de festas [7], e abriu seu ministério com um milagre sem igual: transformou 600 litros de água em vinho da melhor qualidade! Mas acontece que os neo-fariseus passam de largo por estes textos, preferindo uma fé míope e legalista, do que viver a plena liberdade que Cristo nos oferece. Para os tais, um Cristo que bebe vinho, come com pecadores e é amigo de prostitutas, definitivamente é carta fora do baralho. Aliás, a propria menção da palavra "baralho" é suficiente para provocar-lhes escandalo!

Olho para ambos grupos com uma profunda tristeza em meu coração, pois percebo que nenhum deles compreendeu ainda a essência do evangelho. Como é difícil a moderação! Qualquer que seja a época, a tendencia da igreja (instituição) é sempre polarizar: ou fundamentalista, fariseu e xiita, ou libertino, hedonista e leviano. O bom senso, velho árbitro da moralidade, está em falta na prateleira do mercado religioso. Contudo, o mais deprimente é ver que ambos grupos não conhecem a Jesus. Eles dizem conhecê-lo e até serví-lo, mas na verdade eles adoram um ídolo. Sim, um ídolo forjado por eles mesmos, uma divindade de Edom, feita sob medida para satisfazer suas concupiscências e prazeres mundanos. Ou um outro totalmente diferente, mas igualmente destrutivo, um divinade xiito-farisaica, produto de uma consciência culpada que deseja comprar o favor de Deus mediante sua pseudo-santificação; santificação esta que está muito mais relacionada ao corte de cabelo e com as vestimentas, do que com o caráter, pensamentos e atitudes de Cristo. Ambos pisam a graça divina, pois se o hedonista não pensa nas coisas espirituais e anela um céu na Terra, o legalista deseja até morar no céu, mas não está disposto a confiar na graça barata, na graça de graça: ele quer pagar o direito de piso. Simonista, ele espera comprar o Dom de Deus mediante a observância de certas práticas que, "apesar de parecerem sábias, uma verdadeira demonstração de humildade e disciplina, não tem nenhum valor para controlar as paixões que levam à imoralidade" [8].

Contrastando com o Jesus fariseu e com o Jesus libertino, está o Jesus bíblico. Olvidado e desprezado, já quase não figura nos púlpitos do nosso país. Cada vez mais me convenço de que o Brasil ainda é um campo missionário, pois apesar do assombroso crescimento dos cristãos evangélicos, apenas uma pequena parcela demonstra conhecer o Cristo da bíblia, o qual é "uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo"[9]. Muitos tropeçam, se escandalizam e caem, mas a Providência de Deus afirma: "Quem crer nele não será confundido"[10], e é por isso que, por mais que me apresentem um outro Cristo, e ainda que esse Cristo genérico faça chover milagres do céu, não abro mão das minhas convicções. Eu sei em quem tenho crido. Eu cri no Cristo. Jamais poderão me confundir!


***
Notas: 1. Ag 2.8 / 2. Mc 8.34 / 3. Jo 18.36 / 4. Mt 19.22 / 5. Jo 3.16 / 6. Cl 2.21 / 7. Jo 2.1 / 8. Cl 2.23 / 9. Rm 9.33; 1Pe 2.8 / 10. Rm 9.33

Postado por Leonardo Gonçalves

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sábado, 17 de outubro de 2009

O desafio de viver à frente do seu tempo

Feed: Genizah
Data de Postagem: sexta-feira, 16 de outubro de 2009 17:59
Autor: Hermes C. Fernandes
Assunto: O desafio de viver à frente do seu tempo

Hermes Fernandes

O papel profético da igreja não se limita a denunciar os erros de nossa sociedade, mas também de apontar um caminho, anunciar um novo tempo.

Após haver derrotado os profetas de Baal, o profeta Elias dirigiu-se ao rei Acabe, e anunciou:"Sobe, come e bebe, pois há ruído de abundante chuva" (1 Reis 18:41).

Israel vivia uma das piores secas da sua história. Desde que Elias havia profetizado, fazia três anos que não chovia.

Com a mesma autoridade com que fechou as comportas do céu, Elias profetizou a sua reabertura.

Acabe era a maior autoridade civil em Israel. Porém, a autoridade de Deus estava sobre os ombros do excêntrico profeta.

Ao afirmar que ouvia ruído de abundante chuva, Elias não estava sendo sensacionalista (como alguns pregadores da atualidade). Deus lhe permitira vislumbrar o que estava pouco à frente. O futuro se descortinava ante seus olhos.

Porém, não bastava fazer prognósticos. O futuro precisa ser engendrado, gerado através da oração.

Enquanto Acabe saiu a comer e a beber, "Elias subiu ao cume do Carmelo e, inclinando-se por terra, meteu o rosto entre os joelhos" (v.42). O profeta entrara em "trabalho de parto". A palavra proferida era o sêmen, que fecundou a alma de Elias.

Da mesma forma, a igreja de Cristo deve engravidar-se do futuro. Paulo diz que o Espírito produz em nós gemidos característicos de uma gestante prestes a dar a luz.

A oração, sem dúvida, é parte de nosso trabalho na construção do Reino de Deus. Eu disse "parte", não o trabalho completo.

Temos que orar, denunciar o erro, anunciar o caminho a seguir e trabalhar pela execução dos propósitos divinos.

O texto prossegue:

"Disse ao seu moço: Sobre, e olha para a banda do mar. E ele subiu, olhou e disse: Não há nada. Então disse Elias: Volta lá sete vezes. À sétima vez, disse: Levanta-se do mar uma nuvem, do tamanho da mão de um homem. Então disse Elias: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te apanhe" (vv.43-44).

Embora estive compenetrado, Elias não perdeu a visão da realidade. Ele orava, e buscava por sinais que indicassem que ele havia sido respondido. Era como a mulher grávida em trabalho de parto, que com o rompimento da bolsa, espera pelo coroamento da criança.

O problema da igreja é que ela ora, mas não acredita que será atendida. Ela prefere buscar sinais que indiquem o contrário daquilo pelo que ela ora. Em vez de buscar sinais que evidenciem a chegada do Reino, ela busca por sinais que indiquem que é o diabo que está no comando do mundo.

O assistente do profeta teve que conferir sete vezes, até que encontrou uma minúscula nuvem. Aquele era o sinal que Elias esperava. Era o coroamento da criança. Chegara a hora do parto.

"Levanta-se do mar uma nuvem...". Na simbologia bíblica, "mar" representa os povos, as nações. Repare: a oração subia ao céu, mas a nuvem se levantou do mar.

O moço de Elias tinha que olhar na direção do horizonte, e não para o céu. Assim deve proceder uma igreja voltada para o futuro. "Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim fará o Senhor Deus fará brotar a retidão e o louvor perante todas as nações" (Is. 61:11). E mais: "As nações caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu. Levanta em redor os teus olhos, e vê (...) a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações a ti verão" (Is. 60:3-4a,5b).

A igreja cristã deixou de "olhar ao redor". Perdemos o contacto com a realidade. E por isso, não percebemos que as coisas já começam a mudar. Ainda que esta mudança pareça tímida, ínfima como uma nuvem do tamanho da mão de um homem.

Nós gostaríamos que fosse uma nuvem do tamanho da mão de Deus. Preferiríamos o espetáculo de uma mudança drástica e imediata. Mas Deus escolheu o processo, a mudança gradual.

Outra coisa que não pode passar despercebida: Elias se preocupou com o bem-estar de Acabe. Por isso, pediu que seu moço saísse ao seu encontro, avisando que deveria apressar-se em aparelhar seu carro, pra que não ficasse atolado na lama provocada pela chuva.

Não podemos ser daqueles que acham que quanto pior, melhor. Nossa responsabilidade profética abarca toda a realidade, e não apenas o que consideramos ser espiritual.

"Em pouco tempo os céus se enegreceram de nuvens e vento, e caiu uma grande chuva. Acabe subiu ao carro e foi para Jezreel. O poder do Senhor veio sobre Elias e, cingindo ele os lombos, correu adiante de Acabe, até a entrada de Jezreel" (vv.45-46).

Uau! Elias, revestido do poder de Deus, conseguiu correr mais rápido que o carro aparelhado de Acabe!

Quando Acabe chegou em Jezreel, Elias já estava lá. Parecia mágica! Mas era o poder de Deus.

Todos queremos ser cheios deste poder. Porém, uma das razões pelas quais Deus nos disponibiliza Seu poder é possibilitar que avancemos e ultrapassemos a marcha do mundo.

Quando a ciência chegar, já estaremos lá. Quando os políticos encontrarem uma saída para a crise financeira mundial, perceberão que a igreja já há muito havia proposto a mesma saída.

Em vez de nos conformar aos moldes do mundo, estaremos conformando o mundo aos moldes do Reino.

A velocidade com que o mundo avança é extraordinária. Mas nós avançamos pelo poder de Deus. O mundo tem seus carros aparelhados, e assim como Elias, devemos incentivar seu avanço. Porém, nosso dever é chegar primeiro.

Somos o povo do futuro! Aqueles que vivem à frente do seu tempo.

Devemos responder não apenas aos anseios da pós-modernidade, mas também prever quais as questões com que teremos que lidar na próxima era. Somos o povo que traz respostas para os séculos vindouros (Ef.2:7).

O primeiro passo é acreditar.

Muitas coisas estão acontecendo em nosso mundo. Crises, guerras, doenças, violência, bactérias etc. O ser humano esta no topo da cadeia alimentar, é o ser mais evoluído, possui a capacidade de comunicação, sentimentos, raciocínio, intelecto e de amar. Conseqüentemente ele possui uma enorme responsabilidade social, humana a nível mundial. O mundo esta indo na contra mão do que poderíamos chamar de evolução. Muitas “verdades” estão sendo provadas. Teorias fortes do passado já não existem mais. O mundo esta passando por mudanças porque o ser humano esta passando por mudanças. Toda mudança além de dolorosa trás diversos conflitos, insegurança e medos. É impossível parar. Ainda bem!

As coisas vão piorar muito antes que melhore. Uma coisa se faz muito importante para este momento, “ACREDITAR”. Precisamos acreditar que é possível um mundo melhor, mais justo, igualitário, amoroso, fraterno. Precisamos acreditar em nós. Acreditar que nossos sonhos são possíveis, acreditar que podemos realizar nossos projetos. Acreditar que o universo esta a nosso favor. Acreditar é o primeiro passo e talvez o mais importante.

Que a paz esteja com você!

Autor: João

domingo, 27 de setembro de 2009

A história secreta do cristianismo

Em 1945, um pastor encontrou um jarro de cerâmica numa gruta próxima a sua aldeia no Egito. Ao abri-lo, achou vários livros escritos em idiomas que ele não compreendia. Algumas folhas amareladas serviram alimentaram o forno a lenha de sua casa. As restantes caíram nas mãos de um religioso local, circularam no mercado de antiguidades e foram resgatadas por um funcionário do governo egípcio. Mais tarde, descobriu-se que a “lenha” era um tesouro de valor incalculável: a coleção de Nag Hammadi, 13 livros com 1 600 anos e histórias que a Igreja tentou abafar durante todo esse tempo. Mas não conseguiu. Depois de sobreviver ao tempo e à censura religiosa, o achado tornou-se o maior e mais importante acervo de evangelhos apócrifos, literatura que tem ajudado a elucidar vários mistérios sobre as origens do cristianismo.

Tesouro dos primeiros cristãos

A maioria dos escritos de Nag Hammadi foi produzida entre os séculos 1 e 3 e seus autores faziam parte das primeiras comunidades cristãs. Nesse acervo, é possível conhecer livros que ficaram de fora do Novo Testamento, como evangelhos de Tomé e Tiago. O interessante desses relatos é que destoam bastante do que aparece na Bíblia. Neles, Jesus tem um lado humano, Madalena é uma grande líder, Deus é um princípio masculino e feminino... Diferenças polêmicas que deixam claro por que os apócrifos sempre foram uma pedra no sapato da Igreja. “Eles representavam outro cristianismo, não oficial, marginalizado”, explica o padre e teólogo Luigi Schiavo, professor do Departamento de Ciências da Religião da Universidade Católica de Goiás. “Eles têm grande valor histórico e religioso porque mostram novas interpretações sobre a figura de Jesus na origem do cristianismo”, enfatiza o especialista.

Naquela época não havia um cânone – nome dado ao conjunto oficial de livros que compõem a Bíblia – mas vários textos, cada qual escrito pelas diferentes seitas existentes, que registravam seus próprios valores e crenças sobre a origem do mundo e da vida, sobre Deus e o messias. E havia muitas divergências. Os docetas, por exemplo, negavam a realidade material de Cristo. Consideravam que Jesus possuía um corpo etéreo e que, por isso, não nasceu nem foi morto na cruz e muito menos ressuscitou. Os ebionitas, por sua vez, defendiam que Jesus tinha nascido de forma natural e só depois de batizado é que Deus decidiu adotá-lo. Já os ofitas acreditavam que Caim era o representante espiritual mais elevado. Para eles, a morte de Jesus foi um crime do Universo, mas um evento necessário para a salvação da humanidade.

Um dos grupos mais influentes do cristianismo primitivo foi o dos gnósticos, que adotavam uma vida ascética, negavam a matéria e acreditavam que o conhecimento era o caminho para a salvação. Algumas facções também defendiam que Deus possuía um princípio masculino e outro feminino. De fato, as mulheres desses grupos atuavam como mestras, líderes e profetisas – uma idéia ainda hoje revolucionária para a Igreja.

E havia também o chamado cristianismo apostólico, baseado nas narrativas dos primeiros discípulos de Jesus. Eles contavam que o messias havia morrido na cruz para salvar a humanidade e aos seguidores cabia a missão de espalhar sua mensagem pelo mundo. Essa tradição começou a ser registrada por volta dos anos 30 e 40 do século 1, em livros como os evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João. Esses textos eram lidos por muitos grupos, que os consideravam os relatos mais antigos e precisos da vida de Cristo.

A babel de cristianismos resistiu até o século 2, quando alguns bispos decidiram organizar as Escrituras. “Eles precisavam adotar um cânon definitivo para que a religião pudesse se expandir”, explica o frei Jacir. Mas para isso não adiantava traduzir os textos para várias línguas e divulgá-los entre vários povos. Era preciso aparar as diferenças e chegar a uma espécie de “versão oficial”. Na hora de selecionar os livros, o espírito democrático que permitiu a existência das diferentes versões deu lugar às disputas de poder.

Por uma versão oficial

As igrejas maiores e mais influentes tentaram impor seus textos, o que as menores não aceitavam. Havia debates e acusações mútuas de heresia entre elas. A peleja continuou até o século 4, quando tudo indicava que o cristianismo apostólico iria prevalecer sobre os outros cristianismos. Seus 4 evangelhos já eram populares naquela época e, desde o século 2, eram elogiados pelos pensadores da Igreja. Mas faltava tornar esses livros oficiais.

Foi quando o imperador de Roma, Constantino, entrou em cena e interveio no impasse. Na época, com o império em crise, ele precisava de uma bandeira para justificar a expansão e convencer outros povos a aceitarem seu domínio. E a solução estava numa aliança com os cristãos, que por sua vez desejavam espalhar a mensagem de Jesus mundo afora. “Constantino percebeu que era uma grande oportunidade e decidiu fazer do cristianismo a religião oficial do império”, explica o frei Jacir.

Os cristãos deixaram de ser perseguidos em 313 e apenas 12 anos depois seus bispos foram convocados para o Concílio de Nicéia, primeiro passo dado para a criação do Novo Testamento. Na reunião, os evangelhos de Marcos, Lucas, Mateus e João foram escolhidos para narrar a biografia de Jesus por uma razão simples: expressavam a visão dominante na Igreja. E todos os demais foram considerados apócrifos, falsos e perigosos para o estabelecimento do novo livro.

Começou, então, a perseguição a todos que ousavam discordar da recém-formulada Escritura Sagrada. Os gnósticos, docetas, ebionitas e ofitas foram acusados de heresia. Os que insistiam em desrespeitar o cânon eram punidos com a excomunhão ou a morte. Dezenas de livros – ou centenas, já que ninguém sabe ao certo quantos eram – foram destruídos ou queimados. Foi nessa época que alguém decidiu esconder 13 volumes numa gruta, na aldeia de Nag Hammadi, no alto Egito – talvez um cristão perseguido ou um monge do Mosteiro de São Pacômio, que ficava ali perto. Eram evangelhos, cartas e atos dos apóstolos escritos em copta, língua falada pelos cristãos do Egito. O tesouro só foi descoberto 16 séculos depois, por aquele pastor que apresentamos lá no começo, e hoje está no Museu Copta do Cairo, à disposição do público.

O legado

Além desses, muitos outros apócrifos foram excluídos da Bíblia. É o caso dos Manuscritos do Mar Morto, descobertos em 1947, que apresentam cópias de livros do Antigo Testamento, deixadas pela seita judaica dos essênios. E do Evangelho Segundo Judas, descoberto na década de 1970, que conta uma história diferente sobre o discípulo que traiu Jesus. No total, são mais de 100 livros de valor inquestionável para os estudiosos das Escrituras. “São documentos essenciais para compreender a história do cristianismo no 1º e 2º séculos”, afirma o teólogo Paulo Nogueira, professor da Universidade Metodista de São Paulo.

Os apócrifos revelam que o Novo Testamento não nasceu pronto e acabado e que os textos que servem de base para a atual doutrina cristã passaram por um complicado processo de “edição”. Também deixam claro que, ao contrário do que se imaginava, o cristianismo praticado hoje não era o único nos primeiros séculos. Existiam vários cristianismos, cada um com sua própria interpretação da vida de Jesus e seus ensinamentos. Quem lê os escritos deixados por esses grupos pode conhecer outros pontos de vista sobre uma história contada há mais de 2 mil anos.

No entanto, é necessário afrouxar o julgamento antes de mergulhar na leitura. “Devemos compreender esses livros de modo ecumênico e tentando dialogar com os cristianismos de origem”, sugere o frei Jacir. É verdade que esse textos, muitas vezes coloridos e aberrantes, costumam chocar o leitor de primeira viagem. “Mas alguns também podem complementar a nossa fé”, adianta Jacir. Uma prova de que eles não são apenas uma “ameaça” aos cânones da Igreja Católica estão na religiosidade popular e na arte sacra, que buscaram inspiração nas histórias apócrifas. A famosa história dos 3 reis magos que levaram presentes ao menino Jesus e tudo que inspira os presépios natalinos, por exemplo, vêm dos evangelhos apócrifos.


Magdala, a favorita de Jesus
Apócrifos revelam que Maria despertava o ciúme dos apóstolos e que Jesus a beijava na boca

Maria Madalena – ou Miriam de Magdala, como está no hebraico – aparece nos apócrifos como uma mulher sábia e respeitada por Jesus. Ela acompanha o mestre em suas pregações e o ajuda a liderar os primeiros cristãos. O Evangelho de Filipe, do século 2, conta que ela era a seguidora preferida de Cristo, o que despertou o ciúme dos outros apóstolos. “Por que a amas mais que a todos nós?”, perguntavam eles ao Senhor. Uma passagem que ainda enfurece muitos cristãos diz que "o Senhor amava Maria mais do que a todos os discípulos e a beijava freqüentemente na boca". A liderança de Madalena também é mencionada no evangelho apócrifo que leva seu nome, também do século 2. Numa passagem, Pedro questiona: “Devemos mudar nossos hábitos e escutarmos todos essa mulher?” O texto revela que, apesar dos preconceitos, ela consegue se impor. É uma imagem distante da mulher impura e pecadora que a tradição da Igreja enfatizou durante séculos. Em 1969, o Vaticano reconheceu que houve uma confusão na interpretação das Escrituras (ela teria sido confundida com a pecadora que unge os pés de Jesus no Evangelho de Lucas) e retirou a denominação de prostituta que durante séculos pesou sobre Maria Madalena.
A redenção de Judas
Judas teria entregue Jesus a seu pedido

A história do discípulo que traiu seu mestre por 30 moedas de prata é uma das mais conhecidas do cristianismo. Segundo o Evangelho de Judas – um manuscrito copta (língua falada pelos antigos egípcios) escrito entre os séculos 3 e 4 – o apóstolo pode ter sido condenado injustamente pela história. No texto, descoberto nos anos 70, no Egito, o personagem mais odiado do cristianismo aparece como o discípulo mais próximo e querido de Jesus. Ele denuncia o mestre às autoridades romanas a pedido do próprio Messias, num plano que seria essencial em sua missão de salvar a humanidade. “Nesse contexto, a figura de Judas representa o ideal do discípulo que, recebida a iluminação, cumpre a vontade de Deus, mesmo que ela tenha a ver com a entrega de Jesus à morte”, diz o teólogo Luigi Schiavo. Na versão do Novo Testamento, Judas enforca-se, arrependido. No texto apócrifo é diferente. Ao compreender a importância de sua missão, Judas teria se retirado para meditar no deserto.
A infância de Cristo
Evangelhos mostram lado humano e divino

A literatura apócrifa conta várias histórias sobre a gravidez de Maria e os primeiros anos de vida de Jesus. É uma tentativa de preencher a lacuna da Bíblia, que faz uma única referência à infância do Messias, quando ele visita o Templo de Jerusalém, aos 12 anos. O Evangelho do Pseudo-Mateus, do século 3, conta que o menino fazia milagres ainda na barriga da mãe e que, desde criança, usava seus poderes para curar doentes e ressuscitar os mortos. Mas, quando irritado, ele se comportava como uma criança mimada e vingativa. Certo dia, um menino o derrubou no chão. Jesus então ordenou: “Caia morto!”, e o amigo morreu. Depois, arrependido, o fez ressuscitar. Um de seus passatempos preferidos seria criar seres de barro e lhes dar vida com um sopro. Essa faceta de Jesus pode assustar quem lê os apócrifos. Mas, para teólogo Jacir de Freitas, ela deve ser compreendida no contexto em que o livro foi escrito. “A intenção é mostrar que Jesus tem um lado humano e outro divino, o que é um reflexo de uma época em que a Igreja discutia qual era a natureza do filho de Deus.”
O quinto evangelho
Historiadores acreditam que Evangelho de Tomé seja inspiração de 3 dos canônicos

O Evangelho Segundo Tomé, do apóstolo que precisava “ver para crer”, é o mais polêmico do acervo de Nag Hammadi. O manuscrito contém 114 parábolas e frases atribuídas a Jesus. As citações são semelhantes às da Bíblia, mas refletem o pensamento gnóstico. Nele, Jesus aparece como um mestre mais místico, que orienta os discípulos a reconhecer sua identidade divina e a buscar Deus em qualquer lugar. Ele foi excluído, apesar de ter sido escrito por volta dos anos 60 e 70 do século 1, mesma época dos evangelhos que entraram para o cânone sob a justificativa de serem os relatos mais antigos do messias. Os pesquisadores chamam esse apócrifo de Quinto Evangelho e suspeitam que ele seja o famoso Fonte Q, escrito nunca achado que teria sido a base de 3 dos 4 evangelhos canônicos. Se isso for verdade, os textos bíblicos são adaptações desse apócrifo, dono dos verdadeiros ensinamentos de Cristo.

Texto de Michelle Veronese
Fonte: Revista Super Interessante

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

loucura temporária

Passei tanto tempo buscando uma explicação, um caminho. A vida passa rápido. Hoje tenho 30 anos, muitas histórias e uma batalha pela frente. Dois filhos, uma mulher e uma família maravilhosa. Não posso reclamar, as coisas estão indo bem. Porém uma inquietação toma conta de mim. As coisas parecem não estar no devido lugar. O mundo anda de ponta cabeça! Os valores e objetivos mudaram muito. O que esta acontecendo comigo? Escrevo este artigo porque sei que não estou sozinho. A necessidade de expressar esta loucura é a busca pela sanidade e serenidade quando a mente se torna um furacão. A música me leva a outros mundos e dimensões.

Já escrevi muito sobre religião. Adoro as escrituras sagradas. A bíblia se tornou para mim uma leitura diária. Mas não defendo bandeiras, não tenho religião.

Tenho deus acima de tudo ele é meu mundo, me liberta do escuro. Já vivi nas trevas muito tempo.

Não posso percorrer o caminho pra ninguém, mas posso fornecer o mapa. Esta é minha missão. Na verdade é a missão de todos os que se preocupam. É a missão de todos os seres humanos. Propagar o bem e repreender o mal. Sem julgamento ou falso moralismo.

Quero ser livre!

Recomendo a leitura

Recomendo a meditação

Recomendo o esporte

Recomendo a alimentação saudável

Busque uma vida melhor, busque a saúde, busque a luz.

Tenha uma vida com propósito.

Muita paz!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Mestres da lei e fariseus, hipócritas!

Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de pele de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os conhecerão por seus frutos.
Mateus 7:15,16

Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam. Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los.
Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens. Eles fazem seus filactérios bem largos e as franjas de suas vestes bem longa; gostam do lugar de honra nos banquetes e dos assentos mais importantes nas sinagogas, de serem saudados nas praças e de serem chamados "rabis".
Mateus 23.3:7

Ai de vocês, mestres da lei fariseus, hipócritas! Vocês fecham o Reino dos céus diante dos homens! Vocês mesmos não entram, nem deixam entrar aqueles que gostariam de fazê-lo.
Mateus 23.13

Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês devoram as casas das viúvas e, para disfarçar, fazem longas orações. Por isto serão castigados mais severamente.
Mateus 23.14

Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas, porque percorrem terra e mar para fazer um convertido e, quando conseguem, vocês o tornam duas vezes mais filho do inferno do que vocês.
Mateus 23.15

Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo.
Mateus 23.25

Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como supulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade.
Mateus 23.27,28

Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês edificam os túmulos dos profetas e adornam os momumentos dos justos. E dizem: "Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos antepassados, não teríamos tomado parte com eles no derramamento de sangue dos profetas". Assim, vocês testemunham contra si mesmos que são descendentes dos que assassinaram os profetas. Acabem, pois, de encher sua medida do pecado dos seus antepassados!
Mateus 23.29:32

"Serpentes raças de víboras! Como vocês escaparão da condenação ao inferno? Por isso, eu lhes estou enviando profetas, sábios e mestres. A uns vocês matarão e crucificarão; a outros açoitarão nas sinagogas de vocês e perseguirão de cidade em cidade.
Mateus 23.33

Pois veio João, que jejua e não bebe vinho, e dizem: "Ele tem demônio". Veio o Filho do homem comento e bebendo, e dizem: Ai está um comilão e beberrão, amigo de publicanos e "pecadores". Mas a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham.
Mateus 11:18,19

Nem todo aquele que me diz: "Senhor, Senhor", entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
Mateus 7:21
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