quarta-feira, 4 de junho de 2008

obras na Av. Paulista

A Avenida Paulista é um dos logradouros mais importantes do município de São Paulo, a capital do estado homônimo.

Considerada um dos principais centros financeiros da cidade, assim como também um dos seus pontos turísticos mais característicos, a avenida revela sua importância não só como pólo econômico, mas também como centralidade cultural e de entretenimento. Devido à grande quantidade de sedes de empresas, bancos, hotéis, hospitais e instituições culturais, como o MASP, movimentam-se diariamente pela Avenida Paulista milhares de pessoas oriundas de todas as regiões da cidade e de fora dela.

A avenida foi criada no final do século XIX a partir do desejo da elite cafeeira do estado em possuir uma residência fixa na cidade que não estivesse localizada imediatamente próxima às mais movimentadas centralidades do período. A Avenida Paulista foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1981, por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima, para abrigar a elite da sociedade paulista. Seu nome seria Avenida das Acácias ou Prado de São Paulo, mas Lima declarou:

No fim dos anos 20, seu nome foi alterado para Avenida Carlos de Campos, homenageando o ex-presidente do estado, mas a reação da sociedade fez com que a avenida voltasse a ter o nome com o qual foi criada e é conhecida até os dias de hoje.

A avenida foi aberta seguindo padrões urbanísticos relativamente novos para a época: seus palacetes possuíam regras de implantação que, como conjunto, caracterizou uma ruptura com os tecidos urbanos tradicionais. Os novos palacetes incorporavam os elementos da arquitetura eclética (tornando a avenida uma espécie de museu de estilos arquitetônicos de períodos e lugares diversos) e dos novos empreendimentos norte-americanos: estavam todos isolados no meio dos lotes nos quais se implantavam, configurando um tecido urbano, diferente do restante da cidade, que alinhava a fachada das edificações com a testada do terreno. Isso fez com que a avenida possuísse uma amplidão espacial inédita na cidade.

Avenida Paulista é a primeira via pública asfaltada de São Paulo, com material importado da Alemanha.

Esse perfil estritamente residencial da avenida permaneceu até meados da década de 1950, quando o desenvolvimento econômico da cidade levava os novos empreendimentos comerciais e de serviços para regiões afastadas do seu centro histórico. Em pouco tempo, praticamente, todos os palacetes da avenida tinham sido vendidos e substituídos por pequenos prédios de escritórios e comércio.

Durante as décadas de 60 e 70, porém, e seguindo as diretrizes das novas legislações de uso e ocupação do solo, e a valorização dos imóveis incentivada pelas especulações imobiliárias, começaram a surgir naquele local os seus agora característicos "espigões" - edifícios de escritórios com 30 andares em média.

Durante esse período, a avenida passou por uma profunda reforma paisagística. Os leitos destinados aos veículos foram alargados e criaram-se os atuais calçadões, caracterizados por um desenho branco e preto formado por mosaico português. O projeto de redesenho da avenida ficou a cargo do escritório da arquitetura-paisagista Rosa Grena Kliass, enquanto o projeto do novo mobiliário urbano da avenida foi assinado pelo escritório Ludovico & Martino.

Atualmente a Avenida passa por uma grande reforma, terá calçadas, canteiro central e paisagismo refeitos da Praça Osvaldo Cruz até a Rua Consolação

Quase 30 anos depois, a Avenida Paulista começa a ser revitalizada a partir da substituição de suas calçadas, hoje remendadas e danificadas pelo tempo. O novo piso será feito com o que há de mais moderno em tecnologia de construção: pavimento de concreto moldado no local, com juntas de dilatação em latão. Além do padrão estético - destacado pelo contraste das tonalidades do concreto, grafite e natural, com o dourado das juntas metálicas -, a opção por este material levou em conta a durabilidade, a facilidade de manutenção e o conforto para caminhar. Será também a primeira avenida da cidade a ter acessibilidade total, com a instalação de 200 rampas. O canteiro central e os jardins também serão renovados.

"Recuperar esta avenida simbólica para a Cidade é mais que pensar em revitalização do espaço público. Transformar a Avenida Paulista é restaurar a auto-estima do paulistano", afirma o secretário das Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo.

O projeto é da URB2 arquitetos e as obras, realizadas pela empresa Engeform, começam nesta segunda-feira, dia 23, no lado direito do trecho entre a Praça Osvaldo Cruz e a Rua Teixeira da Silva, sentido Paraíso-Consolação. A reforma deve durar nove meses e representa um investimento de R$ 8,123 milhões. No total, serão refeitos 50 mil m² de calçadas.

Além de proporcionar uma melhoria da paisagem urbana, a reforma também reduzirá o impacto causado pelas cerca de duas mil interferências de concessionárias prestadoras de serviços públicos. O novo piso facilita a reconstrução da calçada, caso essas empresas tenham necessidade de fazer alguma manutenção subterrânea em sua rede.

Acessibilidade total

Será colocado em prática o conceito de rota acessível, com instalação do piso ideal e implantação de cerca de 200 rampas de concreto pré-fabricado nas travessias, com larguras proporcionais à Avenida. Sarjetas e guias serão demolidas e refeitas de acordo com o projeto. "A Paulista é o cartão postal da cidade e esta reforma, além de melhorar as condições do piso e a beleza da avenida, vai deixá-la acessível às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Essa é uma dupla boa iniciativa da Prefeitura, que se preocupa com a segurança e a autonomia de todos os cidadãos paulistanos", afirma a vereadora e ex-secretária da Pessoa com Deficiência, Mara Gabrilli.

Para minimizar os transtornos que uma intervenção desse porte provoca, as obras serão feitas em módulos, preservando uma faixa para a circulação de pedestres e saída de veículos. A Avenida Paulista (lado par, ímpar e canteiro central) será dividida em 12 trechos para a evolução da reforma. O trabalho será executado ininterruptamente, 24 horas por dia, mas evitando durante a noite a realização de tarefas que causem barulho intenso, como as de demolição.

Trânsito

De acordo com o andamento da obra, uma faixa de rolamento da pista será interditada. Para esta primeira etapa, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) orienta os motoristas a seguir caminho alternativo, composto pelas Ruas 13 de Maio, Cincinato Braga, São Carlos do Pinhal e Antonio Carlos. Essas vias terão mudanças como desativação de zona azul com proibição de estacionamento e remanejamento de pontos de táxi. Outra opção para os motoristas que vêm da região Paraíso/Vila Mariana com destino ao Centro é seguir pela Rua Vergueiro e a Avenida Liberdade. Para aqueles com destino aos Jardins, a Rua Joaquim Távora, Avenida Pedro Álvares Cabral e Avenida Brasil são as alternativas. As equipes de Engenharia da CET estarão acompanhamento e monitorando o desempenho do trânsito na região das obras e dos conseqüentes desvios.

Travessia de pedestres

A CET também aproveita a reforma para melhorar a travessia de pedestres na avenida, com a implantação de semáforos inteligentes e redistribuição das travessias ao longo da Paulista. Com essas modificações, será reduzido o tempo de espera para a travessia dos pedestres e com maior segurança, uma vez que esta travessia se dará de forma integral, sem a concentração de pedestres no canteiro central.

Para os veículos, haverá a redução das esperas tanto na Avenida como nas vias transversais devido à operação em tempo real dos semáforos. Essa diminuição favorece, inclusive, a operação do transporte coletivo com o melhor aproveitamento dos tempos dos semáforos.

Piso testado e aprovado

No ano passado, um trecho da avenida em frente ao shopping Center 3 recebeu um tipo de piso similar, que se mostrou resistente ao grande volume de pessoas que passam pelo local.

Esta é a segunda grande reforma na avenida. Na década de 70, a Paulista passou por obras de alargamento e ganhou o formato atual, com sinalização especial e piso de mosaico português, num projeto realizado por Rosa Kliass. O mobiliário urbano da época foi feito pelo escritório Ludovico e Martino.

Coração e alma de São Paulo

Avenida símbolo de São Paulo, cartão postal da quarta maior cidade do mundo. Esta é a Paulista - um corredor cultural e financeiro de 2.700 metros de extensão, que vive e vibra. Conhecida como um dos principais centros econômicos da América Latina, com 11 sedes de bancos e 29 agências bancárias, a Paulista tornou-se um dos principais eixos culturais da cidade, com teatros, museus, cinemas, livrarias e pólos de entretenimento. Por ela circulam diariamente mais de 1,7 milhão de pessoas e 90 mil veículos. Plural como São Paulo, abriga ainda cerca de 200 mil moradores em seus 18 prédios residenciais. E é essa Avenida, que tem a cara de São Paulo, que começa agora a ganhar cara nova, com remodelagem total de suas calçadas e canteiros.

Espero que esta obra acabe rápido para que possamos transitar por ela novamente em paz.

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